Depressões e Medicação


Quando caímos na depressão, não importa se nos explicam a doença com razões que a razão desconhece ou se a explicação é mais científica e se refere a anomalias bioquímicas; na verdade, garantem-nos a salvação através de uma bateria de fármacos, cujos efeitos secundários são graves e a dependência que criam são um problema gravíssimo que ninguém, mesmo ninguém parece estar interessado em ajudar a resolver...
Os clínicos gerais receitam-nos xanax, prozac, lorenin, efexor, cipralex, paxtil e mais uma panóplia de outros fármacos muitos mais poderosos, os quais não vou agora referir.
Depois de vários anos a ingerirmos estas drogas, alguns sintomas mais graves da depressão parecem ter-se suavizado, no entanto, outros problemas e sintomas surgiram, deixando-nos em terra de ninguém...
Se formos ao psiquiatra ele vai insistir em novos fármacos, vai dizer-nos que temos que fazer uma terapia muito prolongada,porque só assim veremos os efeitos benéficos dos medicamentos... Entretanto, já nos cobrou uma fortuna e prepara-se para fazer de nós uma aplicação financeira a prazo.
Se conseguirmos vegetar e perder quase tudo o que nos pode fazer felizes durante este novo tratamento, vamos sobreviver com a memória destroçada, a carteira vazia e a dependência eterna dos medicamentos. Aliado a tudo isto, uns mêses depois voltamos a sentir os mesmos sintomas do inicio e o ciclo recomeça... Talvez, desta vez, seja pior, porque sabemos que não temos cura, sentimos um sofrimento inexplicável, não procuramos ajuda, começamos a auto-medicarmo-nos, novos pensamentos negros começam a ganhar forma, a ideia de suicídio surge-nos do nada em momentos que parece que perdemos todos os sentidos e faculdades...
Lançamos SOS invisíveis ou codificados, aproximamo-nos do abismo sem percebermos. Os outros começam a olhar-nos com desconfiança, como se a nossa vida não passasse de uma peça de teatro...

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