A depressão é uma condição médica definida que afecta 20 por cento da população portuguesa. Aprenda a reconhecê-la.



A depressão é a principal causa de incapacidades e a segunda causa de perda de anos de vida saudáveis entre as 107 doenças e problemas de saúde mais relevantes. Os custos pessoais e sociais da doença são muito elevados.
Uma em cada quatro pessoas em todo o mundo sofre, sofreu ou vai sofrer de depressão. Um em cada cinco utentes dos cuidados de saúde primários portugueses encontra-se deprimido no momento da consulta.
A depressão encontra-se reconhecida no Plano Nacional de Saúde 2000-2010 como um problema primordial de saúde pública.O que é a depressão?
A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada, perda de interesse por actividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia ou cansaço fácil.
Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou situações que nos afectam de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e perduram por mais de duas semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar ajuda.
A depressão pode afectar pessoas de todas as idades, desde a infância à terceira idade, e se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão. Estima-se que esta doença esteja associada à perda de 850 mil vidas por ano, mais de 1200 mortes em Portugal.
A depressão pode ser episódica, recorrente ou crónica, e conduz à diminuição substancial da capacidade do indivíduo em assegurar as suas responsabilidades do dia-a-dia. A depressão pode durar de alguns meses a alguns anos. Contudo, em cerca de 20 por cento dos casos torna-se uma doença crónica sem remissão. Estes casos devem-se, fundamentalmente, à falta de tratamento adequado.
A depressão é mais comum nas mulheres do que nos homens: um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde, em 2000, mostrou que a prevalência de episódios de depressão unipolar é de 1,9 por cento nos homens e de 3,2 por cento nas mulheres.
Quais são os factores de risco?
Pessoas com episódios de depressão no passado;
Pessoas com história familiar de depressão;
Pessoas do género feminino – a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de toda a vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto, menopausa e pós-menopausa;
Pessoas que sofrem um qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a perda de alguém próximo;
Pessoas com doenças crónicas - sofrendo do coração, com hipertensão, com asma, com diabetes, com história de tromboses, com artroses e outras doenças reumáticas, SIDA, fibromialgia, cancro e outras doenças;
Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica (por exemplo, pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer);
Pessoas com tendência para ansiedade e pânico;
Pessoas com profissões geradoras de stress ou em circunstâncias de vida que causem stress;
Pessoas com dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool;
Pessoas idosas.
É possível prevenir a depressão?
Como em todas as doenças, a prevenção é sempre a melhor abordagem, designadamente para as pessoas em situação de risco, pois permite a intervenção precoce de profissionais de saúde e impede o agravamento dos sintomas.
Se sofre de ansiedade e/ou ataques de pânico, não hesite em procurar ajuda médica especializada, pois muitas vezes são os primeiros sintomas de uma depressão.
Se apresenta queixas físicas sem que os exames de diagnóstico encontrem uma explicação então aborde o assunto com o seu médico assistente.
Quais são os sintomas da depressão?
A depressão diferencia-se das normais mudanças de humor pela gravidade e permanência dos sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade e/ou pânico.
Os sintomas mais comuns são:
Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);
Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
Fadiga, cansaço e perda de energia;
Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de culpa e sentimento de incapacidade;
Falta ou alterações da concentração;
Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
Desinteresse, apatia e tristeza;
Alterações do desejo sexual;
Irritabilidade;
Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, enjoo.
Quais são as causas da depressão?
As causas diferem muito de pessoa para pessoa. Porém, é possível afirmar-se que há factores que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos. Por exemplo, condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um ente querido, o desemprego, a incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos, etc.
Determinar qual o factor ou os factores que desencadearam a crise depressiva pode ser importante, pois para o doente poderá ser vantajoso aprender a evitar ou a lidar com esse factor durante o tratamento.
Algumas doenças podem provocar ou facilitar a ocorrência de episódios depressivos ou a evolução para depressão crónica. São exemplo as doenças infecciosas, a doença de Parkinson, o cancro, outras doenças mentais, doenças hormonais, a dependência de substâncias como o álcool, entre outras. O mesmo pode suceder com certos medicamentos, como os corticóides, alguns anti-hipertensivos, alguns imunossupressores, alguns citostáticos, medicamentos de terapêutica hormonal de substituição, e neurolépticos clássicos, entre outros.
Como se diagnostica a depressão?
Pela avaliação clínica do doente, designadamente pela identificação, enumeração e curso dos sintomas bem como pela presença de doenças de que padeça e de medicação que possa estar a tomar.
Não existem meios complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a bem da verdade, tão pouco são necessários: o diagnóstico clínico é fácil e bastante preciso.
Dirija-se sempre ao seu médico de família ou clínico geral: estes médicos podem reconhecer a presença da doença, e caso considerem necessário, podem contactar com um médico psiquiatra para esclarecimento do diagnóstico e para orientação terapêutica (o medicamento a usar, a dose, a duração, a resposta esperável face ao tipo de pessoa, a indicação para um tipo específico de psicoterapia, a necessidade de outros tipos de intervenção, etc.).
Como se trata a depressão?
Normalmente, através do uso de medicamentos, de intervenções psicoterapêuticas, ou da conjugação de ambas.
As intervenções psicoterapêuticas são particularmente úteis nas situações ligeiras e reactivas às adversidades da vida bem como em associação com medicamentos nas situações moderadas e graves. A decisão de iniciar uma psicoterapia deve ser sempre debatida com o seu médico: a oferta de serviços é grande, não é auto-regulada, e é difícil a pessoa deprimida conseguir escolher o que mais lhe convém sem ajuda médica.
Os medicamentos usados no tratamento das depressões são designados por antidepressivos. Estes medicamentos são a pedra basilar do tratamento das depressões moderadas e graves e das depressões crónicas, podendo ser úteis nas depressões ligeiras e não criam habituação nem alteram a personalidade da pessoa. Com a evolução da ciência e da farmacologia, estes medicamentos são cada vez mais eficazes no controlo e tratamento da depressão, nomeadamente por interferência com a acção de neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina, no hipotálamo, a zona do cérebro responsável pelo humor (emoções).
Se o médico lhe prescrever medicamentos antidepressivos, siga as suas indicações e nunca pare o tratamento sem lhe comunicar as razões. Estes medicamentos não têm efeito imediato: pode demorar algumas semanas, 4 a 6, até começar a sentir-se melhor. O tratamento dura no mínimo quatro a seis meses. Obtenha toda a informação e esclareça todas as dúvidas com o seu médico.
Veja também
Consulte ainda:
Direcção-Geral da Saúde - Rede de Referenciação de Psiquiatria e Saúde Mental - Adobe Acrobat - 1.698 Kb Administração Regional de Saúde do CentroEAAD – European Alliance Against DepressionOrganização Mundial de Saúde


fonte: Direcção-Geral da Saúde

SOBRE A EFICÁCIA DOS FÁRMACOS!


28 de Fevereiro de 2008
Estudo britânico questiona eficácia de antidepressivos


Pesquisa efectuada na Grã-Bretanha considera a última geração de antidepressivos como sendo pouco eficaz na maioria dos pacientes.


O estudo foi conduzido por investigadores da Univerdade de Hull, argumentando que os fármacos apenas ajudam um pequeno grupo de pessoas que sofrem de depressão severa.

Os cientistas analisaram dados de 47 testes clínicos, concentrando-se em medicamentos conhecidos como Inibidores Selectivos da Recaptura de Serotonina (ISRS), actuando estes através do aumento da serotonina no cérebro, uma hormona que controla o humor.

Os investigadores notaram que os efeitos positivos destes medicamentos em pacientes com depressão profunda eram "relativamente pequenos". Entre os fármacos que foram estudados encontram-se nomes como Prozac, Seroxat ou Efexor.

Irving Kirsch, coordenador da pesquisa, afirma que as diferenças entre os pacientes que tomaram o placebo e o medicamente não são muito grandes.
"Isto significa que pessoas com depressão podem melhorar sem tratamentos químicos", disse o investigador.

De acordo com os cientistas, a maioria dos pacientes acredita que os fármacos funcionam, o que explica o chamado efeito placebo, onde as pessoas se sentem melhor por apenas saberem que estão a tomar um medicamento que os irá ajudar.

"Diante destes resultados, parecem haver poucas razões para se receitarem antidepressivos, a menos que os tratamentos alternativos tenham falhado", concluiu o investigador.

O estudo veio provocar polémica na indústria farmacêutica, na qual a Eli Lilly, fabricante de Prozac, afirmou que diversas pesquisas médicas e científicas já demonstraram que o medicamento é um antidepressivo eficaz.
Um porta-voz da GlaxoSmithKline, responsável pelo Seroxat, comentou igualmente sobre o estudo, considerando que se baseou em "uma pequena amostra do total de dados disponíveis".

Pedro Santos

Fonte: http://www.farmacia.com.pt

Crises Frequentes...


As mãos, os pés, as extremidades ficam geladas, surgem as dificuldades em respirar, surge uma tosse que parece ser um meio de nos defendermos... A senção é de morte iminente, sem que nada nem ninguém nos possa ajudar... No ínicio, tudo parece perder a nítidez, a memória quase desaparece e dá lugar à confusão. O coração ora parece acelerar, ora tudo parece parar, a boca está seca... Ocorre um mal-estar a nível do estomago e instestinos, há gases... A tensão arterial sobe, perco a força, não consigo falar ou andar... O corpo contorce-se, as mãos tocam o rosto, fixam-se em qualquer lugar... Parece ser o final... Nestas horas de crises repetidas já tomei sedativos, aspirina, hipertensores... Nada parece resultar... Neste momento, estou nesse estado!
Estou no limite...

Medicamentos para a Depressão: A Demência...


Depois de tantos anos a tomar medicamentos para a depressão, os efeitos secundários que me preocupam mais são estes lapsos de memória que geram um estado de pânico e descontrole absoluto... Por vezes, chego a lugares onde vou todos os dias e não os reconheço, faz-me confusão a posição onde estou, não sei onde é a saída, tudo me parece estranho...Outras vezes, não consigo lembrar-me dos nomes das pessoas com as quais mais convivo, nem consigo lembrar-me dos seus rostos...

Depressão: Multiplicidade de Sintomas


Por vezes, tudo começa com uma tristeza profunda, "justificada ou injustificada", resta saber a quem convém a definição. É óbvio que a tristeza profunda, estado de angústia, existe e basta tal facto. Todavia, alguns acontecimentos traumáticos, tais como mortes, doenças, desemprego, problemas financeiros, amorosos, etc, constituem factores extremos de indução de estados de angústia profunda. Normalmente, surgem vários sintomas associados, tais como: dificuldade em respirar, hipertensão, síndroma de pânico ou morte iminente, pés e mãos gelados, suores frios, desorientação, tonturas, vertigens, desânimo, irritação, cansaço e fadiga, dificuldades de concentração, perda de capacidades intelectuais, problemas graves de memória, falta de apetite, consciência da morte, infelicidade, insónia, pensamentos suicidas. Esta sintomatologia tem inúmeras variantes, no entanto, estes episódios tendem a ser frequentes parecendo que o último é sempre o pior...
Durante os tratamentos, ficamos autênticos "zombies", os episódios ficam mais suaves ou menos frequentes, temos janelas de felicidade, as quais no meu entender não compensam todos os sofrimentos e sacrifícios a que a medicação obriga.
Os psiquiatras drogam-nos o mais que podem, exploram-nos até ao ultimo euro... Talvez, por isso, surja a ideia que a Depressão é uma doença dos ricos e da classe média... Há quem diga que os "pobres não têm tempo nem dinheiro para depressões", de facto, dinheiro não têm...
Seria necessária uma postura diferente do serviço nacional de saúde, permitindo o acesso gratuito a especialistas, evitando o sofrimento dos doentes e o número de suicídios.
Por vezes o deprimido, apenas teve um ataque de lucidez e compreendeu como é injusta a sociedade onde vive, o sentimento da sua alienação e da impotência para resolver todos os problemas que o preocupam, geram situações de potenciais depressões... Para o tratarem e o obrigarem a encarneirar de novo, oferecem-lhe através da droga e das lavagens cerebrais, uma realidade optimista, tentam enganá-lo com o dilema do pessimismo e do optimismo... A medicação atenua os sintomas e evita a revolta...

Depressões e Medicação


Quando caímos na depressão, não importa se nos explicam a doença com razões que a razão desconhece ou se a explicação é mais científica e se refere a anomalias bioquímicas; na verdade, garantem-nos a salvação através de uma bateria de fármacos, cujos efeitos secundários são graves e a dependência que criam são um problema gravíssimo que ninguém, mesmo ninguém parece estar interessado em ajudar a resolver...
Os clínicos gerais receitam-nos xanax, prozac, lorenin, efexor, cipralex, paxtil e mais uma panóplia de outros fármacos muitos mais poderosos, os quais não vou agora referir.
Depois de vários anos a ingerirmos estas drogas, alguns sintomas mais graves da depressão parecem ter-se suavizado, no entanto, outros problemas e sintomas surgiram, deixando-nos em terra de ninguém...
Se formos ao psiquiatra ele vai insistir em novos fármacos, vai dizer-nos que temos que fazer uma terapia muito prolongada,porque só assim veremos os efeitos benéficos dos medicamentos... Entretanto, já nos cobrou uma fortuna e prepara-se para fazer de nós uma aplicação financeira a prazo.
Se conseguirmos vegetar e perder quase tudo o que nos pode fazer felizes durante este novo tratamento, vamos sobreviver com a memória destroçada, a carteira vazia e a dependência eterna dos medicamentos. Aliado a tudo isto, uns mêses depois voltamos a sentir os mesmos sintomas do inicio e o ciclo recomeça... Talvez, desta vez, seja pior, porque sabemos que não temos cura, sentimos um sofrimento inexplicável, não procuramos ajuda, começamos a auto-medicarmo-nos, novos pensamentos negros começam a ganhar forma, a ideia de suicídio surge-nos do nada em momentos que parece que perdemos todos os sentidos e faculdades...
Lançamos SOS invisíveis ou codificados, aproximamo-nos do abismo sem percebermos. Os outros começam a olhar-nos com desconfiança, como se a nossa vida não passasse de uma peça de teatro...